Sinto um mundo cada vez mais distorcido em seus valores e princípios, tornando-se mais difícil saber em quem confiar, em quem depositar esperanças, uma vez que máscaras fazem parte da vestimenta de muita gente. E acabamos, muitas vezes, dando de cara contra o muro, simplesmente por julgarmos os corações alheios de acordo com os nossos. Infelizmente, ser do bem, se dedicar e ter sua própria essência, se tornou perigoso.
As pessoas vivem cada vez mais relações frágeis e vazias, devido a uma necessidade de se dar bem todo o tempo, com sentimento de superioridade, mesmo que possam machucar outrem, como se os fins justificassem os meios. A lealdade, o respeito e o comprometimento com o outro acabam por ser algo a não se prender, pois o que importa mesmo é galgar os degraus da ascensão social, inflar o peito, beber o próprio ego… por aí vai.
Ainda assim, muita gente quer acreditar no ser humano, na amizade verdadeira, no amor, na afetividade sincera. Muita gente ainda persiste no propósito de ser feliz sem machucar ninguém, sem trair, sem maldizer, sem ferir o outro, colocando-se no lugar das pessoas com quem convive. Acreditar que não há competição entre pessoas que sabem valorizar esse prisma, pois a forma como se leva a vida, influencia muito. E é assim que a gente se ferra, simplesmente porque várias pessoas acabarão confundindo nossa solicitude com servidão, abusando do que temos a oferecer.
Pessoas positivas e capazes de entender o outro acabam perdoando com mais facilidade, pois carrega dentro de si, o propósito de ter vindo a este mundo, retomando o que havia com esperança renovada e acreditando na capacidade de o ser humano se reinventar e melhorar a cada dia, aprendendo com os próprios erros. No entanto, sempre haverá quem não valoriza o perdão que recebe, como se todos fossem obrigados a perdoar e perdoar sempre que falhar. Muitos não refletem e jamais mudarão, afinal, para eles, é o mundo que está errado, eles não. "Errar é para os burros…"
Uma coisa é certa: não há quem abuse da bondade do outro pelo tempo que quiser, pois chega um momento em que as forças e a paciência acabam, ainda que haja amor, afetividade e carinho. Pessoas boas perdoam infinitas vezes, porém, quando desistem, acabam desistindo por completo. E a verdade dói.